Hoje eu vi um cachorro-bola. Ele estava lá na rua Marques de Abrantes. Sentado, com a lingua de fora. Ao seu lado provavelmente a pessoa que ele mais ama nesse mundo. Uma senhora que aparentava uns 60 anos. Usava um vestido meio rosa com um corte anos 40. Falava algo com sua amiga animadamente que não percebi por considerar irrelevante.
Você deve está pensando: o que será um cachorro-bola? Oras o nome já explica. Ele parece aqueles cachorros feitos de durepox e bolas de gude. Quem tem mais de 27 anos deve lembrar.
O cachorro-bola não estava pensando no jogo do flamengo e vasco. Nem no nocaute que o Anderson Silva conseguiu em cima do japonês.
Provavelmente o cachorro-bola não ansiava por um céu cheio de anjos cachorrinhos-bolas.
Ele estava lá. Parado. Com seu corpo bola peluda aguardando sua dona sair e continuar o seu passeio. O CB (cachorro-bola), não se questionava se era importante ele se tornar um cachorro sarado. Também não notei preocupação do que os outros cachorros pensariam. Como ele agiria ao encontrar com um cachorro-salsicha, por exemplo?
O CB (Cachorro-bola) apenas continuava lá feliz, peludo. Bolinha.