quarta-feira, 2 de maio de 2012


Virtualizamos o amor! Transformamos a amizade em moeda de troca. Transformamos o sexo em propaganda, um atrativo. Uma forma de comércio. As pessoas se exibem se vulgarizam, na esperança de serem amadas. Mas quando há a aproximação, o que se vê? Nada. Nos tornamos vazios. Nós somos belos bibelôs ocos. Ninguém é mais autêntico. Vestimos máscaras. Ou de pessoas intelectuais ou de prostitutas. Nos tornamos caçadores de atenção, de carinho. 

No mundo virtual somos descolados, divertidos e cultos. Mas quando olhamos para dentro o que vemos? Vivemos uma vida virtual. Onde passamos mais tempo nos socializando através do computador. E quando estamos de frente com as pessoas não temos muito o que falar. Toda nossa atual geração vive uma vida baseada em frases poéticas ou divertida nas redes sociais. Por isso nos distraímos tanto com os chamados memes. Toda semana existe um novo meme para nos distrair. Olhamos o belo, através dos monitores. Recebemos todo dia fotos de cachorrinhos fofinhos e belas vistas de lugares paradisíacos. Que lindo! Uau! Beleza! Vou ver meu e-mail pela 50º vez. É mais ou menos por aí.

Penso muitas vezes que se trata de uma válvula de escape, a busca pelo "Santo Graal". Enquanto estamos nos imbecilizando não pensamos no rumo que estamos tomando. E usando uma ideia que li no próprio facebook. Quando lidamos com pessoas, nós descartamos aquelas que precisam de "conserto". Vivemos a era do descartável. A pessoa nos decepcionou? Trocamos por outra. A pessoa não era aquilo que esperávamos? Joga fora. Nós nos tornamos produtos chineses. Bonitos por fora e frágeis por dentro. Agora somos todos baratos. Não porque não temos valor. E sim por não nos darmos o valor necessário. Não falo do valor de se fazer de difícil, colocando frases do tipo: "Quer me conquistar? Vai ter que suar". Não. Não é isso! É dar valor a alma humana. Dar valor a uma boa conversa. Não depender o tempo todo de um computador, de ver um blog para se distrair. Dar valor a nós mesmos como seres humanos falhos que somos.

Às vezes me surpreendo com pessoas que me adicionam no facebook e quando me vêem pessoalmente viram a cara. Não sei bem se é porque não se lembram ou se é porque não querem conversar. Mas se não querem, porque ter meu contato numa rede social? Para dizer que tem muitos amigos? Tenho certeza que muitos já passaram por isso. Várias mini fotos. Umas que talvez nem nunca teremos contato.

Tem pessoas que se superam. Tem uma vida virtual à parte. Tem os amigos virtuais e os reais. Ao tentar se aproximar como amigo real a pessoa até se assusta. Que triste. Que vazio.

Fico pensando como será daqui a alguns anos. Nós deixamos o mundo superficial ou mundo nos tornou superficiais? Não sei bem dizer a ordem certa. As tendências mudaram. As técnicas se aperfeiçoaram. Mas o ser humano ficou preso em algum lugar dentro de si mesmo. Agora todos no fundo gritam e clamam por atenção. 

Não vejo melhor frase para ilustrar esse tema do que um trecho de uma letra do Renato Russo. 

"Digam o que disseram. O mal do século é a solidão. Cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando um pouco de afeição."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Já tem um bom tempo que não escrevo. Achei que fosse ter boas noticias mas por enquanto está tudo normal.

Ando meio estressado. Precisando de férias. Tirei 1 semana mas não adiantou. Precisava de pelo menos 1 mês. Ir para algum lugar legal. Com bastante mato, plantas. Ficar igual ao Mogli, o menino lobo... Rsrsrs...


Tem dias que me sinto mal. Sentindo que não estou no caminho certo. Em outros dias vejo que são apenas indagações associados com a rotina.  Bem. Normal. Todo mundo tem essas fases. Até que tenho estado bem. 


Por enquanto é só isso.

Bem é só isso mesmo. Só para desabafar.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011


O anseio da mudança causou a tristeza. O anseio pelos velhos padrões. O anseio pelo Eu anterior. O Eu que preenchia as suas expectativas antigas.


Ao notar que a mudança não era possível. O Eu atual sofreu. Entrou em colapso. Precisou de um tempo para se harmonizar. Se equilibrar. Colocar tudo no lugar. A mente procurou o velho padrão. 


Ao não encontrar. Perdeu o chão e caiu num abismo. Essa queda causou dúvidas e questionamentos. Mas trouxe novas perspectivas. 


A dor modificou o Eu criança. O Eu que queria tudo na hora, da forma que ele achava certo. Fez o Eu crescer.
Mostrou ao Eu criança que as coisas são como devem ser. Algumas vezes até acontecem da forma que esperamos. Mas como tudo, existem dois lados. Às vezes se ganha, às vezes se perde.


Mas como tudo no mundo tridimensional. As coisas tendem a se estabilizar. E a natureza humana arruma um meio de se adequar a tudo. Através da aceitação plena, conformidade ou negação.


E assim a vida prossegue até o dia que encerraremos essa etapa na Terra e passaremos para o próximo estágio.


Bendito é o amor de Deus com todas as suas criaturas em todos os universos existentes.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Hoje eu vi um cachorro-bola. Ele estava lá na rua Marques de Abrantes. Sentado, com a lingua de fora. Ao seu lado provavelmente a pessoa que ele mais ama nesse mundo. Uma senhora que aparentava uns 60 anos. Usava um vestido meio rosa com um corte anos 40. Falava algo com sua amiga animadamente que não percebi por considerar irrelevante.

Você deve está pensando: o que será um cachorro-bola? Oras o nome já explica. Ele parece aqueles cachorros feitos de durepox e bolas de gude. Quem tem mais de 27 anos deve lembrar.

O cachorro-bola não estava pensando no jogo do flamengo e vasco. Nem no nocaute que o Anderson Silva conseguiu em cima do japonês.

Provavelmente o cachorro-bola não ansiava por um céu cheio de anjos cachorrinhos-bolas.

Ele estava lá. Parado. Com seu corpo bola peluda aguardando sua dona sair e continuar o seu passeio. O CB (cachorro-bola), não se questionava se era importante ele se tornar um cachorro sarado. Também não notei preocupação do que os outros cachorros pensariam. Como ele agiria ao encontrar com um cachorro-salsicha, por exemplo?

O CB (Cachorro-bola) apenas continuava lá feliz, peludo. Bolinha. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

E aí!!! Nada não!


Só passei aqui pra deixar um trecho de um monólogo feito no filme Revolver.


Apesar do filme ser de ação e ter muitos tiros e mortes. A mensagem do filme é bem interessante. Não é como os filmes convencionais de ação onde se vê bossalidades e o objetivo é apenas entreter a mente com banalidades. 


Esse filme pelo menos faz algumas reflexões sobre os nossos comportamentos e atitudes. Quem puder assistir eu recomendo!


"Há algo que você não sabe sobre si mesmo. Algo que você vai negar que existe até ser tarde demais para fazer qualquer coisa. É o único motivo pelo qual você acorda pela manhã. O único motivo pra aguentar o chefe babaca, o sangue, suor e lagrimas. E isso é porque você quer que as pessoas saibam o quão bom, atraente, generoso, engraçado, selvagem e inteligente você é.


Tema-me ou venere-me. Mas por favor, ache que eu sou especial. Nós compartilhamos um vicio. Somos viciados em aprovação.
Estamos nisso pelo tapinha nas costas, pelo relógio de ouro e pelos “vivas”. Olhe só o menino inteligente com o distintivo. Polindo seu troféu. 


Pode brilhar diamante doido. Porque somos apenas macacos embrulhados em ternos, implorando pela atenção dos outros.
Se soubéssemos disso  não faríamos o que  fazemos. Alguem está escondendo isso de nós. E se você tivesse uma segunda chance perguntaria: Por que?" 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

As Diferenças entre Religião e Espiritualidade

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro".

A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualide nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Trechos de uma psicografia de um amigo espiritual que se intitula Calunga.

Ai meu Deus! Se vocês tivessem coragem de amar, não? Se tivessem a coragem de amar. Como faria diferença na sua vida, se entendesse o que é isso, se entendesse o que é sua bondade, o que é o espirito dentro de você. De como o espirito gosta de todo mundo sem se envolver com ninguém, de como é ver com os olhos do espirito, se tivessem essa coragem de amar!

A gente quase não diz eu te amo, diz às vezes pras pessoas como um filho, num sentido indireto: A mamãe te ama muito. Mas nunca fala: EU TE AMO, COMO EU GOSTO DE VOCÊ! Talvez dessa forma mais suave, mas ao mesmo tempo direta da gente dizer eu gosto de você, se tivessem essa coragem de dizer das coisas que gostam, faria muita diferença na nossa vida. Se a gente conseguisse gostar sem ter que assumir a vida da pessoa, mas dizer: eu gosto de você! E que não importasse quem ela é, porque não importa. Que não importasse o que ela ta passando, e também não importa se você é impotente pra ajudar. Mas se a gente pudesse olhar e dizer: gosto de você. Como estamos precisando disso, de ouvir e de falar. É uma sede muito grande minha gente! Se eu não ouvir isso ou sentir eu não sei porque existo. Parece que estamos sozinhos, que nada faz sentido, ou nada sentimos mais, com a esperança de viver, de existir.

Nossos pensamentos, nossas tarefas, responsabilidades que assumimos, são nobres e importantes. Ai, mas se você sentisse comigo aqui o quanto você precisa de que alguém te diga sinceramente que gosta de você, do jeitinho que é, não importa o que esteja fazendo, eu só olho e digo: gosto. Gosto sem precisar de nenhum compromisso, não precisa dar presente, carinho, nenhum beijo ou abraço. Não to dizendo pra evitar, mas não precisa correr atrás dos problemas das pessoas e levar pra casa, assumir, aconselhar, ser mãe, ser pai, devotar a vida inteira pela pessoa, não é isso! É aquele momento que você diz: eu gosto de você, sem nenhum compromisso. Quando a gente descompromissa o gostar já não é mais perigoso, não implica mais nenhuma responsabilidade, não implica atividade, nenhuma condição. Você é terrível, não presta, é louca, mas eu gosto de ocê, lá dentro eu gosto. Como nós precisamos escutar isso! Se nós soubéssemos escutar! 

Porque achamos que se a pessoa diz isso temos que ter compromisso com ela. Ah muito obrigado. Que obrigado o que minha filha! Eu só falei que gosto de você, e fala obrigado, porque acha que ta obrigada a alguma coisa? Vocês quer evitar de sentir e ao mesmo tempo tem tanta sede, nós temos medo de sentir o gostar. Talvez porque ao gostar a gente fica louco com essa coisa de expectativa, de compromissos, que as pessoas imponham coisas, ligar, telefonar. Tememos que o outro leve por mal, que haja abusos, que a pessoa interprete que é uma conotação sexual, tememos e carecemos tanto. Como nós carecemos de pureza né gente? Se sabe que foi feito pra pureza,  eu sei que você tem malicia pra se defender da maldade do outro, mas a pureza como arma ta acima de tudo! Eu gosto de você com pureza, sem pensar em nada, só aquele sentimento. E ouvir do outro eu também gosto, simplesmente, com aquela sensação que parece que você se encaixou consigo mesmo, uma coisa gostosa, parece que sou válido porque existo. E não precisa gostar sempre, de tudo, não é isso. Mas a pessoa, a alma. A gente fica vendo os detalhes: a porque a pessoa é mal educada, tem idéias estranhas, etc...

Mas ocê também é uma coisa meio estranha dependendo de quem olha, não é verdade?
Eu sei que as vezes essas coisas define a relação, porque são pessoas com hábitos diferentes do seu. A pessoa é muito agressiva, desagradável e a gente não quer ficar com ela, claro, eu entendo. Mas como é profundo dizer assim mesmo gosto de você. É um chefe mal humorado, fedido, mas derrepente sinto que gosto desse homem, porque preciso explicar porquê gosto, hein? Será que a gente só não pode sentir ué. Não sou obrigado a conviver com ele, posso ir embora, e se esse homem for mal educado vou dar uma na cara dele, mas eu gosto dele. Porque não admite que gosta? Que vazio, que sozinho, que dor, dor de não existir, da ansiedade de querer ser. Precisamos aprender  assumir esses sentimentos, assim como fazemos com outros, mais coragem, né gente? Basta dizer eu gosto de você pra sentir e pra pessoa escutar, porque quando sente e diz livremente e sem cobranças, a energia bate lá na pessoa, e as vezes a idéia de suicídio são jogadas de lado, a idéia de baixa estima perde pontos, o desespero acalma, a ansiedade passa, o orgulho se entorpece não conseguindo dominar mais, a alma ganha força porque todos nós precisamos de estimulo espiritual . Quando diz que gosta da pessoa do fundo do coração, o espirito da pessoa desperta e vem pra fora. Essa é a grande magia, principalmente se você não cobra nada dela. Ah mas o que você gosta de mim? Eu gosto e só, não tem o que. Porque se você for olhar o que tem, vai ter uma porção de coisa que você não vai gostar, então é melhor nem olhar. Porque ai vem o lado perfeccionista , entra o lado critico e já acaba o gostar. 

Então não se explique, assuma e transmita: eu gosto de você. Ah, mas o homem vai pensar que quero dormir com ele, que pense, minha filha! Porque se a gente ficar pensando, pra evitar a loucura humana, já não é mais o espirito, a gente tem que compreender que a loucura existe e rir dela, porque essas coisas  é de cada um. Mas não pode ser maior do que o toque da existência, quando uma experiência toca o ser, e ele sente que existe, sai do vazio, da solidão, do perdido e vem pra fazer sentido. Quando um amigo, colega, ou apenas uma pessoa de convívio secundário chega e fala: eu gosto de você, tem um jeito bom, você tem uma ótima casa, qualquer coisa assim. Pra não deixar a pessoa confusa pode dizer: olha gostei muito do seu trabalho, você é bem jeitoso. E derrepente ela existe, o trabalho dela faz sentido, porque todo mundo precisa de apreciação verdadeira. Gente, estamos cansados de rejeição, cansados de criticas, nós não aguentamos, do cinismo, da gozação. Não adianta você correr atrás de tudo na vida se não tiver o peito cheio de calor e bem querer. Então se você não tem casa, não faz mal, converse com tudo que está a sua volta. Você ta precisando do toque da existência, então começa a dar o toque de existir nas pessoas. Gostei muito disso, daquilo outro, será que vai baixar seu orgulho? de não falar nada, de não brigar. Você pode brigar de vez em quando, se não a vida não teria a graça. Tem coisas que é ridículo mais diverte. 

Toque da existência que cura a carência que nasce dentro de nós. O espirito quer viver o afeto desinteressado, cresce e se fortalece fazendo com que o mundo atraia conexões mágicas.

Nós precisamos acabar com esses crimes diários com que nós matamos as pessoas em volta, sepultando-as na solidão, do desamor. Nós precisamos resgatar e as pessoas, como anjos que assumem a missão do espirito. Pode ser que o resgate de uma criatura leve muito tempo, mas o que importa é que você naquele momento jogou e tocou, o resto vai pelo processo da vida. O pessoal na sua casa precisa ser tocado pelo que eles fazem e são. Eles precisam existir pra se encherem mais de si, pra ficarem mais felizes, e você também.

E depois qualquer um minha gente, é Deus, qualquer é um perfeito, qualquer um é maravilhoso no seu processo de desabrochar, que muitas vezes parece feio mas é pelos nossos olhos que não sabe enxergar. Portanto ta na hora de começar né gente, gosto de você nisso, naquilo, as vezes quero te matar, mas gosto de você.

Mas eu não quero que você force, não quero que minta, não quero que invente, não to dando mandamento, não to chamando atenção. To apenas conversando com você o que to sentindo, mas eu sei que cada um faz o que pode, mas se a gente começar acordar, talvez toda aquela ansiedade, aquela busca, acalme.

domingo, 17 de julho de 2011

Uma vez os grandes compositores Tom Jobim e Vinicius disseram que Todo poeta só é bem grande se for triste. E quanto à alegria? Concordo com eles de certa forma. Se considerarmos que a tristeza e a melancolia, ambas são grandes fontes de inspiração para a maioria de nós.

Imagina o que seria dos autores sertanejos, pagodeiros, românticos, bregas e a maioria dos compositores se as musicas não falassem sobre tristeza, solidão, e dor de corno? Sobraria o que? Musicas da Xuxa cantando balance a cabeça com o tchutchucão? No máximo as musicas que falam de politica e coisas do gênero.

Claro que modéstia a parte eu acho que alguns ritmos como pagode, sertanejo, forró e Roberto Carlos exageram na dilaceração da carne. Sim meus amigos, Roberto Carlos se tornou um estilo próprio de musica por ser extremamente sofredor e dramático. Olha que eu gosto das musicas antigas dele. Mas sucessos como Me deixa aqui no chão e Eu te darei o céu meu bem são musicas que ultrapassam a cornice e chegam às raias do pedido de decapitação.

Eu como ninguém conheço todas as musicas do Rei. Sim, meus leitores, TODAS, Tirando as primeiras que nem contam por serem bem ruinzinhas.

Mas não sejamos ingratos. O que seria de nós sem todos esses estilos de auto piedade? Todo mundo precisa sofrer. E no fundo todo mundo gosta de sofrer. Até porque se as pessoas não sofressem Luan Santana não compraria um avião. Coitado. O rapaz teria que enfrentar as duras estradas brasileiras todo o tempo para espalhar seu cântico rácico negro. Sim, se notarmos todas as músicas do Luan tem a mesma métrica, ritmo e são muito semelhantes nas melodias. Lembrando o conhecido grupo Raça Negra. O Raça Negra iniciou sua carreira na mídia por volta de 1989. Velho, né? Pois é. E de lá veio fazendo fama com suas musicas todas iguais. Parece que você está ouvindo uma só musica interminável de 60 minutos. E o pior, pelo menos nas operas ou concertos muito grandes existem as pequenas variações. Allegro, allegreto, adagio. Mas Raça Negra não. São 60 minutos da mais genuína musica igual. Isso me fez lembrar meu amigo Mr Rod que uma noite acordou de madrugada aterrorizado, todo suado e o que era? Uma terrível noite de pesadelo? O Freddy Krueger apareceu em sua porta vendendo vassouras? Não… era um vizinho maluco escutando Raça Negra de madrugada. Mr Rod até hoje tenta se recuperar daquele tenebroso momento de sua vida.

Bem, mas voltando ao foco principal da conversa. A relação do triste com o alegre, da euforia com a melancolia. No fundo um depende do outro. Imagina se só existisse alegria? O mundo seria um eterno programa do teletubies, onde todos ficariam pulando, rindo, soltando grunhidos grotescos (tá, exagerei. É minha veia dramática). Chegaria uma hora que nego surtaria, acertaria a cara do Tink Wink. Teletubies de dois sexos. Até hoje não sabemos a sexualidade daquele teletubies que usava saia. Humpf. Nem é preconceito, mas pelo menos decide o que é afinal, oras.

E se o mundo fosse totalmente melancólico? Seriamos todos emos. Todo mundo chorando, cortando os pulsos. Acabariam-se os estoques de giletes no mundo. Foras que aqueles cabelos dariam um trabalho a beça para manter. Que barbeiro conseguiria cortar cabelo se ficasse todo o tempo chorando? Por isso que é necessário um pouco dos dois. Sim, em alguns momentos pura alegria e no outro, pura tristeza. No melhor estilo bipolar… huahauh…

Até lembrei-me de um caso estranho onde um cara se curou de um câncer rindo. O cara entrou no quarto e começou a rir. Um belo dia ele foi ao medico e descobriu que estava curado. E agora, pastor que curou mais de 300 pessoas? Onde está seu Deus agora?

Eu ia escrever um texto triste, poético. Acabei escrevendo um texto humorístico. Putz…
Comecei citando Vinicius pra acabar em Raça Negra.
Na próxima eu consigo.

“É hora de dar tchau! É hora de dar tchau!”

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A música da praça.



Hoje quando voltava de ônibus, ouvi uma musica na praça. Era uma musica de Debussy, “Sonho Angelical”.

O cenário era bem diferente daquela musica. Mas combinava. Um velho mendigo ouvia a musica enquanto mastigava alguma coisa, talvez um pedaço de pão. Tinha gosto em seu mastigar, ao mesmo tempo em que a musica tocava no seu momento fortíssimo. Parecia narrar uma cena de filme. Uma pintura triste. Ruas sujas, com moribundos deitados esperando o dia seguinte para abrirem os olhos e continuarem a respirar.

Aquele mendigo se mantinha estático, apenas mastigava aquele pedaço de pão. Não esboçava raiva, nem alegria, nem nada. Apenas mastigava lentamente.  Seu rosto não manifestava nenhuma emoção enquanto Debussy estava lá, tocando de forma frenética. Escute-me! Escute-me, seu vagabundo! Mas o mendigo permanecia lá, mastigando o seu pão.

O vento soprava. Um cheiro de esgoto e poeira. Algumas pessoas sentadas tomando uma cerveja.  O campo de futebol vazio. A noite se apresentava de forma clara, céu estrelado. Debussy tocando em algum radinho naquela praça. Mas aquele homem não queria saber de Debussy, de radinho, de cerveja, nem de um curioso passageiro que assistia a cena enquanto passava dentro de um ônibus qualquer. 

O mundo era ele e aquele pedaço de pão.

Aquele momento ficou marcado. Simples, corriqueiro, tragicômico.

Um velho mendigo mastigando o seu pão.

sábado, 2 de julho de 2011

A noiva mais feliz do mundo

Sim, amigos. Ela existe. Eu estava lá, eu vi. Numa igrejinha do Méier, subúrbio do Rio de Janeiro, estava a noiva mais feliz do mundo.

Na trajetória de minha vida já toquei em muitos casamentos. Quantidade maior do que seria capaz de contar. Mas digo a vocês. Encontrei lá a noiva mais feliz desse mundo.

E não estou falando daquela alegria de satisfazer um sonho ou desejo. Que todo mundo tem. Não, meus amigos. Era mais. Muito mais que isso. Era uma felicidade que transbordava. Saía dos olhos daquela noivinha e se espalhava por toda a igreja. Até mesmo o padre em um determinado momento comentou: “- De todos os casamentos que já fiz, você é a noiva mais feliz que já vi!”. Ela respondia com um sorriso de cinema e um olhar que trazia esperança a quem a encarasse.

Todos na igreja se emocionaram. Até mesmo eu que não acreditava em casamento, comecei a pensar que talvez estivesse errado.
Aquele olhar tinha tanta esperança e amor que poderia curar todo o planeta.

Talvez devessem transmitir aquele sorriso no comercial da novela ou num comunicado mundial. Talvez as guerras acabariam.
Quando ela disse sim. Não foi apenas ela. Todos naquele momento disseram sim juntos.

Confesso que orei de coração e pedi a Deus que protegesse aquele jovem casal. Eles mereciam toda a felicidade. Naquele momento pedi a Deus que aqueles noivos permanecessem felizes por todo o sempre. Passei a acreditar que o amor ainda é possível. Pelo menos para aqueles noivos.

Talvez algumas pessoas estejam pensando que se trata de uma paixão passageira. Sim, talvez. Mas talvez o maior problema de nós, incrédulos, que não acreditamos mais em um amor eterno, seja a falta do sonho. Passamos a acreditar que Papai Noel não existe. E se o sonho não existe, o que resta? O trânsito, a novela, o trabalho, ganhar dinheiro, baladas ou talvez se casar, achando que nada melhor poderá vir a acontecer. Claro que no fundo todos nós temos a fé que algo pode mudar. Finalmente algo acontecerá para nos salvar da solidão ou do tédio. Tá. Tudo bem. Mas de que adianta olhar com rabo de olho? Não dizer que acredita mais em amor, mas ficar espiando pela brecha para ver se o amor aparece?

Melhor fazer como essa noiva. Que se jogou de cabeça. E continuo afirmar: Nunca vi noiva mais feliz no mundo. 

terça-feira, 28 de junho de 2011


“Me dê motivo pra ir embora... Já coloquei os docinhos na mochila. Ah, então to indo mesmo...”

Refiro me ao casamento do meu amigo Mr. Rod. Essa frase é verídica, eu realmente coloquei uns docinhos na minha mochila. Mas sabe como é, tava levando para minha mãe.... huahauahu....

Foi um casamento legal. Salgadinho bom, refrigerante de qualidade. Era coca mesmo! Cara, isso é raro. E olha que fiquei esperando passar a cerimônia para ter um motivo para zoar o Rodrigo, mas ele foi cuidadoso nos detalhes do seu casamento.

Eu toquei uma musica no casamento dele. Uma do Kenny G. Sabe como é, esse é o destino de quase todo saxofonista que toca em casamento. Apesar de tudo eu gosto da musica, Wedding Song. É uma das musicas mais bonitinhas dele.

Foi engraçado ver o Rod casando. Eu pensei na hora: - Cara! É o Rodrigo que está casando! Não estou mais no ensino médio! Olha meu amigos! Todos barrigudinhos e envelhecendo!” Huahuah...
Foi um evento legal. O Rodrigo dispensou o padre. Corte no orçamento, ele se focou nos salgadinhos. Rs. 

Brincadeiras à parte, ele quis celebrar junto com a Renata (sua atual esposa), já que o padre apenas está lá para dar a benção. Os noivos que legitimam o casamento. É meu amigo, você que achava que precisava de um padre ou um juiz. Engana-se. Não é necessário. Agora você não tem mais desculpa para enrolar a sua pobre noiva. Dizendo que tá esperando aquele padre ou pastor que você tanto admira, ter data para celebrar o seu casamento. Depois de longos 8 anos noivando.
Desejo que dê tudo certo aos dois. Que eles celebrem suas bodas de diamante. Ou coisa do gênero. Se quiser eles podem até renovar os votos daqui há uns 4 ou 5 anos. Contando que os salgadinhos continuem no mesmo nível... RS...

Na hora senti que o Rod tava meio estático. Meio em choque, sei lá. Mas confesso que fiquei nervoso também. Normalmente eu não ligo para muita coisa na vida. Mas nesse dia fiquei meio tenso. Queria que saísse tudo certo. Principalmente na minha atuação musical.
É estranho você tocar para muitas pessoas conhecidas. Dá aquele medo de errar feio, pagar mico. Mas saiu tudo bem. 

É, meus caros leitores. A coisa está ficando severa. Todos os meus amigos casando. Tirando o Diogo que conseguiu prolongar o namoro por mais uns 6 meses pelo menos. Tá morando na Austrália. Agora ele deve está lá jogando bola de neve em algum canguru. Diogo sempre foi meio mal... huahauahu....

Apesar disso, no fundo, bem no fundo, eu sou superficial... Brinks... RS... Apesar de meus amigos todos terem casado ou estão quase lá, não me preocupo com isso não. Não esquento a cabeça se vou casar agora ou daqui há 20 anos.  Quem sabe 25 anos. 

Agora estou bem mais feliz. Passei uma fase meio darkness. Depressão, reações bipolar, desalento. Tava até começando a gostar do Luan Santana. Nesse momento, resolvi dar um basta e mudar a situação.

Fui a um neurologista e ele não deixou eu sair do consultório. Falou que viriam algumas pessoas me ajudar. Só não entendi na hora que ele quis me presentear com um casaco branco. O mais estranho é que na hora de colocar, ele colocou com as alças pra trás. Fora que não gosto de roupas brancas... RS... 

Tá. É viagem. Na verdade ele passou um remédio, um anti-depressivo. Pediu para eu voltar lá depois de um tempo. Realmente o remédio me ajudou bastante. Estou bem melhor. Não estou mais com surtos depressivos, nem paranóias. Quero até namorar sério. Só me incomoda esse macaco amarelo que não sai do meu lado. Mas tudo bem. Ele conversa comigo quando estou só...

Tá, agora falando sério. 

Realmente o remédio me ajudou realmente. Tô mais tranqüilo e feliz. Vou esperar mais um pouco para ver quando devo parar a medicação.
O chato é que eu não posso mais beber nada alcoólico por enquanto. Tudo bem que eu tava meio podre mesmo. Passando mal com qualquer bebidinha. Mas por um lado é bom porque eu fico mais saudável.

E por falar em saudável, estou fazendo Kung Fu, estilo Wing Chung. Estou adorando. É muito bom. Estou muito feliz! Cara, ficou muito gay essas últimas frases. Dane-se. Tô feliz mesmo.

Meu próximo objetivo é treinar e esbolachar o Mr. Rod... hjuahauh... Até parece. Sempre fui ruim em luta. Eu e Rod compramos até equipamento de luta. Capacete, luvas e protetor bocal. Não sei pra que isso tudo. No primeiro soco que um der no outro acaba a luta. Somos nerds, nerds não agüentam muita pancada. Hauhauhau....

O que eu gostei do Wing Chung é que ele é uma filosofia de vida. Não é apenas um esporte que você pratica para ficar em forma ou coisa do tipo. Ele é uma filosofia de vida. E realmente tenho sentido muitas mudanças no pouco tempo que estou treinando. Muitas técnicas ensinadas lá ajudam na vida prática.

Bem é isso. Não estou com muita criatividade para escrever, tá bom por hoje. Um dia eu volto. Um dia eu volto, quem sabe.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Recebi esse texto e achei bem legal. É do Luciano do blog Musicropole 


Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.

Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse que seu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.

Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.

Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo.

Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. saio da língua para entrar na história.

terça-feira, 29 de março de 2011

Parece meio polêmico, mas estava me lembrando de algumas coisas.
Já cheguei a ir a alguns cultos evangélicos. Eu gosto de musica gospel e achei que poderia freqüentá-los de vez em quando e quem sabe até fazer parte do grupo de musica, sei lá.

Lembro-me quando fui pela primeira vez. O pastor empolgado gritando, as pessoas acompanhando a emoção dele e tudo mais. Em um determinado momento, ele falou: Quem aqui aceita a mensagem de Cristo e aceita Ele como seu mestre e Senhor? Eu, sendo um pseudo-sábio, levantei a mão na maior inocência já que eu considero Jesus meu mestre. Achei estranho que ninguém tenha levantado a mão também. Na hora me indaguei: "Peraí, mestre e senhor em que sentido?” Não deu tempo. Puxaram-me e pediram para eu ir lá para frente. As pessoas gritando: Aleluia! E todos me cumprimentando. Pensei: Fiz alguma besteira. Não era para eu ter dito isso. Todos ficaram felizes comigo.

Mais tarde descobri que quando se fala isso na verdade são as pessoas que aceitam Jesus. É uma forma de dizer: “Ei, eu passo a concordar com tudo que vocês pregam.”
Interessante. Queria ter essa não consciência e simplesmente aceitar algo assim. Como uma verdade e pronto.

Depois fui em outra igreja. Uma bem grande e bonita. Mas confesso que dessa vez foi proposital. Eu aceitei Jesus com segundas intenções. Estava doido para tocar em alguma igreja. É bom tocar sax em algum lugar que não seja em casa ou em algum casamento pago.

Quando o pastor perguntou quem aceitava Jesus como seu Senhor, não pensei duas vezes. Levantei a mão. Nessa hora veio um homem e me levou lá na frente. Me achei um crápula por fazer aquilo, mas não desisti.
Foi estranho porque eu vi pessoas que choravam e rezavam. Teve uma menina que chorava copiosamente. Aceitou Jesus na hora.

Eu particularmente acho errado esse termo “Aceitar Jesus”. Porque na verdade não é Jesus que você está aceitando. E sim os dogmas daquela religião. Não acho justo nenhuma religião dizer que Jesus é deles. Jesus é de todo mundo, oras.

Bem, o que eu admirei foi à forma como a garota se entregou àquele sentimento. Sem se questionar, sem saber se aquilo era certo ou errado. Ela simplesmente chorou e aceitou como verdade. Confesso que queria ser assim. Fazer esse tipo de coisa sem desconfiar de nada. Me livrar dessa eterna criança que sempre duvida de tudo. Que sempre pergunta: “Por quê?”. Que sempre se questiona se é real, ou se é uma indução. Sim, é indução e não ilusão. Pois sejamos francos, os discursos quase sempre são muito tendenciosos. Criticam outras religiões e consideram a sua como a única verdade. E a verdade nunca é uma só. Esquisito essa afirmação, né? A verdade não é uma só. Mas penso que assim que funciona. Não existe verdade absoluta. Não em nosso mundo.

Bem, confesso que não consigo assistir a um culto evangélico inteiro. Porque normalmente eu não concordo com quase nada do que é dito. Não considero errado. Mas para mim não é certo.
Ainda bem que não tem muita gente que lê esse blog... RS... Nego ia me fuzilar. Uhauahau...
Não tenho nada contra nenhum religioso. Meu problema são as religiões. Aliás, não chega a ser um problema. Só acho que perdemos muito tempo com religião. Perdemos muito tempo colocando a culpa dos nossos erros no Demônio, capiroto, coisa ruim, etc. Podíamos estar mais evoluídos se largássemos as muletas que nos prendem a ideias limitadoras se aceitássemos que os erros são nossos. As atitudes que tomamos são decisões nossas. Mas cada um está aonde precisa estar. Logo, para mim não é legal. Mas para outras pessoas é necessário. Assim como para outros existem outras alternativas, etc.

Bem é só isso por enquanto. Vou parar de escrever textos fatalistas, com lamentações. Depois nego se mata lendo meus textos e vai puxar minha perna. Me assombrar na hora que eu estiver com alguma mulher, sei lá. 
Vou escrever algo reflexivo ou engraçado de vez em quando.
Ou não, vou ficar depressivo e escrever textos clamando por misericórdia... huahauahu...
Certa vez uma pessoa me falou em tom dramático: “Rezo para que Deus me leve”. E eu sempre penso isso também. Já até comentei isso em outros textos. Rezo todos os dias para Deus me levar. Senhor! Me leva! Me leva para a Disneylândia! Me leva para o Caribe, Senhor! Bem até agora ele não ouviu minhas preces. 

Aff.. Quem sabe um dia...

Fui...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

E agora? Como fica?

Estava aqui pensando como são as coisas. Como diria o tio Ben: “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”. Quando não tinha muito noção dos conhecimentos que eu tenho agora, eu era um garoto meio doido, inconseqüente. Mas sentia as coisas de forma intensa. Passei muitos anos desse jeito. Era um porra louca solta no mundo... huahau... Sempre mulherengo e debochado.

Aí cresci, estudei. Estudei muito. Sobre astrologia, misticismo, parapsiquismo, sobre energias, sobre o comportamento humano e outras coisas do gênero. Achei que com isso dominaria as minhas vontades e fraquezas. Ledo engano. Apenas me tornei uma pessoa mais cética e acabei perdendo a fé nas coisas humanas. Não de forma negativa. Não que eu tenha me tornado uma pessoa sem fé nas coisas do Alto. Mas conforme estudava me distanciava das coisas mais simples.

Me distanciei do sonho de encontrar uma alma gêmea, de casar, ter filhos, de ser um cara bem sucedido. Essas coisas que todas as pessoas sonham. Passei a desejar o céu. Passei a desejar ser o mais espiritualizado dos seres. Pura ilusão. Pois descobri que tomei o caminho errado. Me tornei meio insensível em relação aos meus sentimentos e a outras coisas básicas. Fiquei no meio do caminho. Não cheguei aos céus, mas me distanciei da Terra. Agora me encontro vagando em algum lugar entre os dois mundos. Tenho vontade de me casar e ter filhos. Mas não quero viver esses ritos banais. Quero viver um grande amor, embora não acredite mais nisso. Tenho vontade de me tornar um ser espiritualizado, mas não quero abrir mão das coisas materiais.

E agora? Como fica? Como proceder quando se fica no meio do caminho?

Bem, confesso que ainda não sei a resposta. Tenho esperança de descobrir. Tenho pensado muito nessas coisas. Em alguns momentos tenho saudades daquele Fábio doido, que não tinha noção de perigo e agia por impulso. Mas em alguns momentos eu fico feliz de ter o conhecimento que tenho. Segui o conselho de um velho sábio. Larguei tudo que eu aprendi no meio do caminho. Mas ainda não achei a estrada que me levará de volta ao caminho da evolução. Seja ele material ou espiritual.

Então amigos. Não estou me lamentando. Pois há vantagens e desvantagens no caminho que optei. Só estou dizendo que é preciso ter cuidado com o que deseja. Você pode conseguir, e descobrir que não era bem aquilo que você queria. É como a história daquele filme Click com Adam Sandler. Quem viu sabe o que estou falando. Com a desvantagem de não poder voltar e mudar as coisas.

Paz a todos!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Todos que são músicos com certeza já devem ter passado por algo semelhante.

De vez em quando acontece uma situação engraçada. Parece que minha alma de saxofonista foi embora!

Eu pego no instrumento e mesmo que eu faça aquecimento, escalas, exercicios de leitura, a coisa simplesmente não flui!

Em algumas raras vezes conforme vou estudando a vontade de tocar retorna. Mas na maioria das vezes não é isso que acontece.

E o saxofonista que habita em mim não comparece. Talvez nem queira estar ali.

E nesse momento a musica não acontece, não ocorre a união sagrada do instrumento com o divino.

Nem mesmo uma ligaçãozinha simples da embocadura com o cérebro. Nada.

A coisa corre mecânica e sem vida. Até sai uns sons bonitinhos, fruto do treino ao longo dos anos.

Mas parece que a alma do saxofonista está perdida em algum longiquo lugar.

Talvez assistindo Charlie Parker em alguma outra dimensão... Talvez.

Quando isso ocorre não há vida na melodia, não há alegria no ressoar das chaves em cada mudança de nota.

Fica apenas o som, um timbre agradável. Mas falta-lhe o sentimento, falta-lhe o charme das notas ecoando no universo.

E aí nada temos a fazer. Apenas estudar o tempo necessário para a tecnica não engessar. Resta-nos apenas nos contentar com um timbre frio e robótico.

A felicidade está em ter a certeza que é apenas um dia ruim. Um dia branco. Um dia de cansaço depois do trabalho, onde a mente deseja se deliciar com futilidades que passam na TV a cabo.

Resta para o meu amigo saxofone aguardar melhores dias. Dias em que ele se sentirá pleno. Cantará com fervor e encantamento. E sua melodia será ouvida lá na via láctea.

(E nem estou falando do mingau.)

Ele sabe que dias ruins passam. Que como um caso de amor, há vezes que você não quer dar carinho. Quer apenas descansar em algum sofá. Quieto, inerte.

Um dia que você quer estar em algum outro lugar, onde você é outro. Você é o expectador, não o protagonista.

Como diria a musica: "Um lugar tão distante, pra que eu possa viajar. E tão perto quando eu preciso. E eu sei que vou precisar."

Bem é isso. Foi apenas um desabafo ao falhar desastrosamente na tentativa de tirar um som do meu velho saxofone.tongue.gif

Abs!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ano novo, vida mesma.

Ano novo vida mesma! Rs...

Hoje me bateu um desânimo. Uma mistura de tristeza, desalento, carência. Tudo misturado e transformado numa personalidade cansada de viver o mesmo todo dia, todo dia.

Se eu fosse escolher uma trilha sonora pra mim atualmente, seria um tango. Um daqueles bem dramáticos. Do tipo que dá vontade de se suicidar ao ouvir.

Ultimamente tenho tido muito disso. Me sinto um pouco como diria Cazuza: "Café sem açucar, dança sem par".

Tudo que desejo hoje é chegar em casa, tocar meu trompete. Uma musica bem depressiva. Um jazz daqueles que se escuta tomando um whisky em um bar escuro... huahauha...

Muito emo. Deve estar pensando você, meu caro leitor fantasma. Mas é isso mesmo. Tô meio emo mesmo.

Depois de certa idade comecei a sofrer de depressão. Herança de familia.

Acho que a pior coisa é não ter sentimento nenhum. Acho que eu fico triste por não estar sentindo nada. É como se eu vivesse numa lousa branca. Sem nada.

Dizem que a depressão mata milhões por ano. Bem, fazendo um comentário cretino. Na verdade não é a depressão que mata e sim os aparatos usados pra que isso ocorra. Facas, giletes, remédios, armas, pontes, funk proibidão. Essas coisas.

Experimenta colocar um depressivo numa sala sem nada, toda acolchoada, obrigando ele a comer todo dia... hauahu... ele vai viver até os 60 anos lá. Em pura tristeza... rs..

Não liguem meus caros ghost users. É apenas um delírio provisório de uma mente afetada por alguma aflição. Talvez seja falta de dinheiro, ou de amigos, ou de aventuras. Sei lá... ou apenas uma noite mal dormida.

Não sei bem dizer. Só sei que como diria Renato Russo: "Vem de repente um anjo triste perto de mim."

Feliz 2011 pra todos!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Depois de 15 anos sem postar, resolvi colocar algo aqui para minha distração.

A vida anda bem divertida, fins de semana de pura emoção, acompanhando a série House pelo computador... huahaua.. E tenho sido até mais ousado. Agora assinei a net e estou assistindo outras séries junto. Uau... RS... Bem, mas como dizia Chico, agora falando sério. Eu nem tenho saído muito, mas é porque eu não quero mesmo. Tenho achado os programas corriqueiros tão banais. Ir para night, lapa ou shopping. Isso eu sempre fiz, chega uma hora que cansa, enjoa.

Acho que me falta companhia mesmo. Mas confesso que até tenho o meu companheiro de aventuras, o Diogo. Mas eu que ando meio bicho do mato mesmo.
Estou treinando os instrumentos que eu tenho. Não tanto quanto antes, já que agora sou um rapaz responsável. Estou trabalhando e fazendo faculdade de jornalismo.

Comecei também a gravar meu cd. Com musicas para saxofone. Não é assim uma obra grandiosa, com arranjos fenomenais ou produção grande. Mas dá pelo menos para me divertir e satisfazer meu ego. Em todo caso pretendo fazer um cd bem legal. Pra valer a pena gastar o tempo e as despesas.
Mudei muito meu ponto de vista e adquiri um certo conhecimento depois que eu conheci o site WWW.meeu.com.br. Lá tem muitos textos legais sobre espiritualidade. Sem falar nas palestras do Pai Joaquim. É isso mesmo. Quem dá as palestras é o médium Firmino que encorpora o Pai Joaquim. São palestras excelentes gravadas e passadas para o site. Tem pessoas que acham estranho, como pode um guia dá palestra pela internet. Alguns acham besteira e tudo mais.

Particularmente acho que é preconceito. É uma idéia nova e as pessoas acham que tudo tem que se manter na mesmice. Não pode haver uma entidade que aceite falar usando as novas tecnologias. Em minha opinião eu acho ótimo. Vantagens da internet.
Passei em todas as matérias na facul. Ainda bem... Agora é bola pra frente.

Bem é só isso. Não lembro de nada mais emocionante para falar.

Até a próxima!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Uma pequena lembrança, um cheiro, um olhar. Isso é capaz de ativar lembranças antigas. Lembranças boas, lembranças de épocas remotas. Épocas que não voltam mais.

Tava pensando isso hoje de manhã. Sinto falta do meu eu de alguns anos atrás. Um eu leve, sem tantas indagações. Sem tantos porquês. Um eu que gostava sem questionamentos, sem pré requisitos. Sem exigências. Sem se preocupar se é real, ou se é algo com algum sentido.

Sonhava até com um amor eterno, uma paixão avassaladora. Achava que ía amar alguém e que essa pessoa me preencheria e esss coisas de garotinhas de 15 anos que escrevem agendas com coraçõezinhos.. huahauhaua...

Mas era uma época maneira. Eu me divertia mais, era mais inconsequente. Não pensava muito nas coisas. Tudo bem que às vezes isso não era tão saudável. Quando por exemplo uma vez que peguei a mulher de um policial. Hoje em dia não tenho mais essa coragem. Vai se ficando velho e frouxo. Lei natural dos seres viventes... rs...

Nessa época me divertia até zoando os meus chefes, ía a praia na hora do almoço, essas coisas. Vê agora. A responsabilidade chegou e acabou com meus momentos de descontração.

Droga de pensamentos responsáveis... Humpf...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"Eu fui no Tororó beber água não achei. Achei linda morena na baixada com a casa inundada?!"


Tem muito tempo que eu não posto nada... Só pra não perder o hábito. Aconteceram muitas coisas nesse meio tempo. Certas percepções mudaram sobre alguns assuntos.

Fiz um curso de trompete (Já tem uns 6 meses) e apesar de um pequeno imprevisto esse mês (o professor parou de dar aula na escola de musica que eu estudava). Pretendo continuar a estudar trompete. Até cavaquinho estou me arriscando a aprender.

Particularmente eu tenho um sério problema de ritmo. Nem mesmo aquele ovinho com grão dentro eu consigo tocar direito. Chega a ser ridículo. Mas são problemas a serem superados. Até meu aluno de violão de 9 anos toca aquele ovo do mal... :-( ...

Tem ocorrido algumas coisas que me levaram a mudar minhas percepções sobre o futuro. Sei que quem me conhece sempre diz que eu sou indeciso (e sou msm), que eu nunca sei o que quero da vida e tudo mais... Até aí normal. Porque é isso que ocorre msm... hauhau...

Mas ultimamente tenho pensado e não sei se tenho um talento pra ser um músico de sucesso. Não quer dizer que eu não possa ter um dom extraordinário e tudo. Mas falando em termos práticos, não tenho o feeling de um músico de sucesso. Um músico que consegue se superar a cada dia e entra pra uma orquestra dessas famosas no Brasil.

Eu sou mais o tipo que toca vários instrumentos, mas que não consegue se sobressair de forma espetacular em um determinado instrumento. Algumas pessoas devem achar que eu estou exagerando que sou um excelente músico, etc...

Mas pelo que eu andei por aí, eu vejo que não tenho a "estrela" pra me tornar alguém destacado na multidão. Então eu vi que sempre seria um musico dividido. Ou seja, não tem habilidade suficiente pra se tornar um dos melhores, mas também não é ruim suficiente pra tocar em bares medíocres e se contentar com uma vida simples.

Confesso que isso me deixou muito triste. Em toda a minha vida sempre fiquei em cima do muro. Sempre olhei a vida passar sem me decidir o que queria realmente. E depois de uma conversa com o Mr. Rod eu decidi que tinha que mudar minha situação. Eu já tava com umas idéias loucas de partir pra outros caminhos, tentar novos rumos. Claro que a musica é uma das minhas maiores paixões. É minha alma gêmea.

Mas decidi que tinha que mudar. Até pensei em concurso publico. Mas não adianta. Não conseguiria trabalhar em um local que não gosto, fazendo um trabalho rotineiro só pra não sucumbir devido as dívidas e despesas cotidianas.

Até que o Mr. Rod deu uma idéia boa. Falou que eu deveria fazer faculdade. Gostei da idéia. E decidi pesquisar pra saber o que eu gostaria de fazer. Eu sempre tive uma queda por psicologia e comunicação social. Pensei que poderia fazer algo que eu sempre gostei mas achava que não era bom o suficiente. Pura tolice. Ficou bonito esse "Pura tolice", né? Ficou tipo: "Desista, ó vil vilão". Legal... rs...

Pesquisei os cursos do meu interesse e decidi o que faria. Jornalismo. Gosto muito de escrever e explorar vários assuntos. De repente até poderia cobrir uma guerra. Seria a maior diversão. Bem depois de muito custo fui pesquisar as faculs... a mais barata tava R$650,00!

Aí vi porque a maioria vai cheio de sonhos e acaba fazendo administração, marketing ou algo do gênero. Porque são os cursos mais baratos. Jornalismo não era um desses... Humpf...

Depois de muita luta resolvi que vou começar na CCAA. Tem a promoção do pague 1 e ganhe 6 meses de curso. Fora que a facul está muito bem equipada. Tudo novo e moderno. Depois do 1º semestre eu vejo o que faço pra pagar a budega...

Vendi meu sax tenor e com o dinheiro vou pagar essa promoção. Depois o resto não sei... Só Deus sabe... rs...

Agora começarei a facul e se tudo der certo daqui a 4 anos serei um jornalista... tomara que dê tudo certo...

Semana passada aconteceu algo que me deixou muito triste. Minha cachorra companheira morreu. Muitos que lêem esses textos devem lembrar da minha cadela de estimação que sempre chamei de mamífero nos textos que escrevi. Pois é... Ela tava velhinha e morreu devido a um problema no coração e no baço. Confesso que foi desleixo meu também. Na época que ela começou a ter respiração ofegante eu não a levei no veterinário. Se tivesse levado ela poderia ainda estar viva. Tudo bem que ela morreu com quase 15. Mas grande parte foi desleixo meu.

O estranho foi que a coisa aconteceu de repente. Tudo começou com uma alergia que ela teve após ser tosada. Começou com uma pequena alergia que foi aumentando e ela foi ficando cada vez mais desanimada. Dei remédio e vi que não tava resolvendo. Levei-a num hospital veterinário do Sus proximo a Mangueira.

E eles fizeram exames muito superficiais e disseram que ela tinha apenas uma alergia. Eu digo. Quem tiver qualquer animal de estimação, NUNCA leve-os nesse hospital. E olha que é pago, tudo lá vc tem que pagar. O veterinário que me atendeu foi totalmente incompetente. Nem sequer examinou a cachorra. E ainda disse que ela viveria muito tempo ainda.

Ele deve ser irmão da Mãe Dinah... já que ele não tocou nela em nenhum momento. Pediu apenas um raio-x vagabundo que não dava pra saber nada. Depois disso fiquei tranquilo achando que ela tava bem, fui burro em confiar naquele vetrinário de merda. Dei outro remédio e ela foi se recuperando da alergia. Mas vi que ela estava cada vez mais cabisbaixa. Ficando mais magra. Achei que fosse efeito do remédio que causava sonolência. Numa noite ela até chegou a comer bem.

Achei que ela iria se recuperar aos poucos. Na manhã seguinte ela acordou estranha. Ficava parada em pé quase imóvel. Achei que ela estava com o estômago ruim. Mas quando vi que os remédios não resolviam resolvi levá-la até a SUIPA. Agradeço aos veterinários de lá que fizeram todo o possível pra ajudar a Suzy. Estão de parabéns. Esses sim são excelentes profissionais. Trabalham com amor em prol de animais que são jogados lá e maltratados.

Fui lá com minha mãe, o marido dela e minha irmã Silvia que acabou indo junto porque eu de inicio achei que não poderia ir porque tinha um compromisso. Ficou eu e minha irmã lá. Mas eu sentia que a coisa tava feia. Ela tava muito mal. Estava num estágio que já estava até babando um pouco.

Quando cheguei lá o veterinário informou que o raio-x estava com problemas e que teria que voltar lá depois pra fazer os exames. Por isso eu achei que teria que voltar com a Suzy lá outro dia pra fazer todos os exames. Tinha algumas aulas pra dar de tarde e já tava quase na hora das aulas. Pedi pra minha irmã ficar lá esperando alguns dos exames. Depois eu voltaria com a Suzy no dia seguinte pra terminar o que faltava.

Sabe que foi isso que mais me incomodou? Como dizem... Deus está nos pequenos detalhes... Eu nem ao menos falei com a minha cachorrinha direito. Achei que ela voltaria pra casa naquele dia. Lembro dela me olhando com cara de: "Hey, onde vc vai?" e as últimas palavras da minha irmã: "Olha ela tá mal. Não adianta ficar mal se ela não voltar." Na hora eu até brinquei e fiz um sinal pra ela falando que ela era pessimista.

Saí de lá e nem me despedi da Suzy. Foi isso que mais me doeu depois. Eu nem ao menos olhei direito pra ela na hora de sair. Tava com pressa por causa das aulas que tinha que dar.

Depois da primeira aula eu liguei pra saber como foram as coisas. Minha mãe disse que ela foi sacrificada. Que estava muito mal, que a lingua já estava roxa. Ela não passaria daquele dia. no máximo mais 1 dia ou 2.

Na hora eu fiquei meio atordoado, mas a ficha não caiu. Desci pra almoçar e fiquei muito triste. Foi um misto de tristeza e remorso por não ter ficado lá. Porque sei que pode parecer bobeira, mas se fosse ao contrário a Suzy nunca teria me largado por nada nesse mundo. Por dinheiro, nem por aula. Nem se tivesse caindo o planeta. Foi isso que me deixou mais triste. Não pude nem chorar naquele momento porque tinha que dar outra aula. Depois das aulas que eu voltei pra casa e chorei pelo mamífero.

Mas eu chorei não por ela ter morrido. Mas por eu não ter ficado ao seu lado pelo menos antes dela perder totalmente a consciência. minha irmã disse que antes mesmo dela ser sedada ela já estava quase inconsciente. Já não estava escutando direito e sentia muitas dores. Queria ter estado do lado dela pra ela pelo menos se sentir segura. Mas como um idiota distraído que sou. Não percebi isso. Achei que a veria de novo pelo menos pra estar ao seu lado quando ela partisse.

Eu ainda me sinto culpado por ter sido tão burro. Não ter percebido uma coisa óbvia dessas. Até o veterinário tinha percebido, minha irmã. Menos eu, como sempre com a cabeça no mundo da lua pensando na droga do dinheiro que precisava.

Sinto um vazio. Como se não tivesse fechado esse elo. Eu poderia ter pelo menos dado um carinho nela antes de sair ou coisa do tipo. Mas nem isso fiz. Quando lembro me dá um aperto no coração. Hoje em dia vejo que aquela frase é verdadeira. Aquela frase de Shakespeare que diz: "Sempre deixe quem vc ama com alguma palavra amiga ou algum gesto. Pode ser a última vez que vc a vê".

De vez em quando me pego olhando pro lugar onde ficava a vasilha de água dela pra saber se está cheia. Às vezes quando cai alguma coisa do chão eu penso em chamá-la pra comer. Essas coisas. Parece besteira. Mas quem tem um animal de estimação e conviveu muitos anos com ele sabe o que eu passei. Foram 14 anos convivendo com ela diariamente.

Até hoje eu ainda lembro do último olhar que ela me deu. Um olhar triste, doloroso. Um olhar que me pedia pra não ir embora. Isso ainda me dói.

O mais triste é saber que não posso mudar isso. Que agora não tem volta. Bem, sei que isso vai passar. São fases. Logo eu estarei tranquilo.

E a Suzy será uma lembrança boa que eu terei. Dos milhares de momentos divertidos que passei com ela. Ela era uma cachorra muito animada. Mesmo já velhinha se mantia alegre e bem humorada. Pulava igual a um carneiro e ainda brincava de correr atrás do rabo.

É estranho como podemos aprender com os animais. A Suzy me mostrou o que é amar de verdade. Sem barreiras, sem preconceitos, sem julgamentos. Ela me amava incondicionalmente e seria capaz de morrer ao meu lado. Que Deus abençoe a Suzy onde ela estiver. Ela foi uma excelente cachorrinha. E me mostrou muitas coisas. Me ensinou muitas lições. Obrigado por existir, mamífero.

Minha mãe até comentou que agora ao invés de ter um outro animal de estimação que eu deveria arrumar uma esposa. Eu disse que não sabia se teria paciência pra dividir um espaço com alguém. Aí ela disse que eu poderia fazer uma coisa.

Que eu poderia que usar um critério caso eu quisesse arrumar uma esposa. Um teste que diria se ela realmente me amaria como um animal ama seu dono. O teste é muito simples.

Se vc colocar um animal seu de estimação no porta mala do carro durante 1 hora. Quando vc abrir ele vai sair fazendo tanta festa por vc ter soltado ele. Vai ficar super feliz e carinhoso contigo.

Agora faz o msm com uma mulher, se ela fizer o mesmo. Aí vc pode casar... rsrsrs...

Boa semana pra vcs...


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Amor e Musica




Ao longo da minha vida tenho presenciado muitos tipos de amores.

Amores platônicos, amores avassaladores, amores frios, amores carinhosos, amores alegres, amores tristes, amores sem amor...

Tantos tipos e de tantas maneiras...

E eu como musico vejo que a vida imita a arte. Acho muito mais correto dizer que o amor se assemelha a musica do que a qualquer outro tipo de coisa.

O amor é o reflexo perfeito da musica.

Tem pessoas que são como os pianos... Passam a vida sem se ligar muito a ninguém. Eles tocam sozinhos e às vezes fazem um dueto, tocam com orquestras. Mas pra eles não é tão necessário alguém pra complementar. E assim eles passam a vida... Tocando em muitas sinfonias, concertos, shows. Mas no fundo estão sempre sozinhos. Egoísmo? Autosuficiência? Talvez um pouco dos dois. O importante é saber se ele está feliz com a sua musica ou se precisa de outro instrumento pra completá-lo.

Tem pessoas que são como violões. Podem tocar sozinhos, mas normalmente preferem ter alguém pra completá-los. Eles podem tocar uma musica sem precisar de ajuda de outros instrumentos. Mas seu som não fica tão gracioso como deveria. Falta brilho, falta algo. Falta uma voz ou um instrumento pra fazê-lo chegar até os céus.

Tem pessoas que são como os instrumentos de percussão. São alegres, espontâneos. Trazem alegria aonde vão. Mas não são tão felizes se não tiverem um cavaco, um violão ou até uma cuíca pra deixar a sua presença mais irradiante, mas bela.

Tem pessoas que são como os violinos e os saxofones. Seus sons são lindos, melodiosos, sexy. Muitas vezes sozinhos causam grande emoção e inspiração. Mas que no fundo seriam muito mais virtuosos com um piano ao seu lado. Um violão, ou talvez até mesmo um contrabaixo acústico.

É isso que as pessoas não entendem. Que a musica é bela, é sensível, assim como o amor. Não pode ser quebrada essa harmonia.

Muitas vezes vemos Violinos tocando com outros violinos. Fica bonito. Mas falta algo. Não se completam. Nem sempre as mesmas afinidades significam que haverá harmonia.

Muitas vezes vemos Pianos com pandeiros. Fica bonito, dá pra fazer uma musica. Mas parece que não encaixa bem. Não causa o efeito que deveria.

E assim é o amor. Vemos pessoas muito parecidas que não se completam e vemos muitas pessoas opostas que até parecem ter sintonia, mas depois descobrem que não era aquilo que elas esperavam.

Agora definir que instrumentos ficam bem uns com os outros é uma tarefa difícil. Exige saber o repertorio de cada instrumento. O gosto musical. E o que ele espera produzir sonoramente.

A nossa tarefa é descobrir que instrumentos somos e achar um instrumento que possa completar nosso som e compor uma linda musica que traga emoção e vida pra quem escutar.

Isso não significa que não possamos passar algum tempo tocando sozinhos... Às vezes não existe nada mais belo que um piano tocando Sonata ao Luar. Assim como um violino tocando Meditação de Thais. Mesmo sem acompanhamentos...

Mas assim é o amor. Uma eterna canção. Onde haverão solos, harmonias complicadas, duetos, melodias complexas e muitas vezes melodias simples e que trazem muita emoção. Às vezes existirão orquestras e às vezes um singelo solo de uma triste trompa ecoando dentro de um teatro qualquer.

E assim prossegue cada instrumento. Ora fazendo duetos. Ora tocando com orquestras. E muitas vezes tocando sozinhos numa noite escura. O importante é não deixar o instrumento parar de produzir sua melodia. Afiná-lo de vez em quando, comprar novos acessórios e nunca, jamais deixar de tocá-lo. O fim de cada instrumento só o destino poderá dizer.

Espero que nenhum instrumento possa terminar jogado dentro de um velho armário empoeirado ou em alguma parede como decoração. Que ele possa tocar trazendo harmonia, amor, luz e felicidade pra quem o ouvir. E que ele pare de funcionar dessa forma. Tocando com beleza e magia suas últimas notas. Que ele possa trazer emoção até o seu último momento como criador de sentimentos.