"Eu fui no Tororó beber água não achei. Achei linda morena na baixada com a casa inundada?!"
Tem muito tempo que eu não posto nada... Só pra não perder o hábito. Aconteceram muitas coisas nesse meio tempo. Certas percepções mudaram sobre alguns assuntos.
Fiz um curso de trompete (Já tem uns 6 meses) e apesar de um pequeno imprevisto esse mês (o professor parou de dar aula na escola de musica que eu estudava). Pretendo continuar a estudar trompete. Até cavaquinho estou me arriscando a aprender.
Particularmente eu tenho um sério problema de ritmo. Nem mesmo aquele ovinho com grão dentro eu consigo tocar direito. Chega a ser ridículo. Mas são problemas a serem superados. Até meu aluno de violão de 9 anos toca aquele ovo do mal... :-( ...
Tem ocorrido algumas coisas que me levaram a mudar minhas percepções sobre o futuro. Sei que quem me conhece sempre diz que eu sou indeciso (e sou msm), que eu nunca sei o que quero da vida e tudo mais... Até aí normal. Porque é isso que ocorre msm... hauhau...
Mas ultimamente tenho pensado e não sei se tenho um talento pra ser um músico de sucesso. Não quer dizer que eu não possa ter um dom extraordinário e tudo. Mas falando em termos práticos, não tenho o feeling de um músico de sucesso. Um músico que consegue se superar a cada dia e entra pra uma orquestra dessas famosas no Brasil.
Eu sou mais o tipo que toca vários instrumentos, mas que não consegue se sobressair de forma espetacular em um determinado instrumento. Algumas pessoas devem achar que eu estou exagerando que sou um excelente músico, etc...
Mas pelo que eu andei por aí, eu vejo que não tenho a "estrela" pra me tornar alguém destacado na multidão. Então eu vi que sempre seria um musico dividido. Ou seja, não tem habilidade suficiente pra se tornar um dos melhores, mas também não é ruim suficiente pra tocar em bares medíocres e se contentar com uma vida simples.
Confesso que isso me deixou muito triste. Em toda a minha vida sempre fiquei em cima do muro. Sempre olhei a vida passar sem me decidir o que queria realmente. E depois de uma conversa com o Mr. Rod eu decidi que tinha que mudar minha situação. Eu já tava com umas idéias loucas de partir pra outros caminhos, tentar novos rumos. Claro que a musica é uma das minhas maiores paixões. É minha alma gêmea.
Mas decidi que tinha que mudar. Até pensei em concurso publico. Mas não adianta. Não conseguiria trabalhar em um local que não gosto, fazendo um trabalho rotineiro só pra não sucumbir devido as dívidas e despesas cotidianas.
Até que o Mr. Rod deu uma idéia boa. Falou que eu deveria fazer faculdade. Gostei da idéia. E decidi pesquisar pra saber o que eu gostaria de fazer. Eu sempre tive uma queda por psicologia e comunicação social. Pensei que poderia fazer algo que eu sempre gostei mas achava que não era bom o suficiente. Pura tolice. Ficou bonito esse "Pura tolice", né? Ficou tipo: "Desista, ó vil vilão". Legal... rs...
Pesquisei os cursos do meu interesse e decidi o que faria. Jornalismo. Gosto muito de escrever e explorar vários assuntos. De repente até poderia cobrir uma guerra. Seria a maior diversão. Bem depois de muito custo fui pesquisar as faculs... a mais barata tava R$650,00!
Aí vi porque a maioria vai cheio de sonhos e acaba fazendo administração, marketing ou algo do gênero. Porque são os cursos mais baratos. Jornalismo não era um desses... Humpf...
Depois de muita luta resolvi que vou começar na CCAA. Tem a promoção do pague 1 e ganhe 6 meses de curso. Fora que a facul está muito bem equipada. Tudo novo e moderno. Depois do 1º semestre eu vejo o que faço pra pagar a budega...
Vendi meu sax tenor e com o dinheiro vou pagar essa promoção. Depois o resto não sei... Só Deus sabe... rs...
Agora começarei a facul e se tudo der certo daqui a 4 anos serei um jornalista... tomara que dê tudo certo...
Semana passada aconteceu algo que me deixou muito triste. Minha cachorra companheira morreu. Muitos que lêem esses textos devem lembrar da minha cadela de estimação que sempre chamei de mamífero nos textos que escrevi. Pois é... Ela tava velhinha e morreu devido a um problema no coração e no baço. Confesso que foi desleixo meu também. Na época que ela começou a ter respiração ofegante eu não a levei no veterinário. Se tivesse levado ela poderia ainda estar viva. Tudo bem que ela morreu com quase 15. Mas grande parte foi desleixo meu.
O estranho foi que a coisa aconteceu de repente. Tudo começou com uma alergia que ela teve após ser tosada. Começou com uma pequena alergia que foi aumentando e ela foi ficando cada vez mais desanimada. Dei remédio e vi que não tava resolvendo. Levei-a num hospital veterinário do Sus proximo a Mangueira.
E eles fizeram exames muito superficiais e disseram que ela tinha apenas uma alergia. Eu digo. Quem tiver qualquer animal de estimação, NUNCA leve-os nesse hospital. E olha que é pago, tudo lá vc tem que pagar. O veterinário que me atendeu foi totalmente incompetente. Nem sequer examinou a cachorra. E ainda disse que ela viveria muito tempo ainda.
Ele deve ser irmão da Mãe Dinah... já que ele não tocou nela em nenhum momento. Pediu apenas um raio-x vagabundo que não dava pra saber nada. Depois disso fiquei tranquilo achando que ela tava bem, fui burro em confiar naquele vetrinário de merda. Dei outro remédio e ela foi se recuperando da alergia. Mas vi que ela estava cada vez mais cabisbaixa. Ficando mais magra. Achei que fosse efeito do remédio que causava sonolência. Numa noite ela até chegou a comer bem.
Achei que ela iria se recuperar aos poucos. Na manhã seguinte ela acordou estranha. Ficava parada em pé quase imóvel. Achei que ela estava com o estômago ruim. Mas quando vi que os remédios não resolviam resolvi levá-la até a SUIPA. Agradeço aos veterinários de lá que fizeram todo o possível pra ajudar a Suzy. Estão de parabéns. Esses sim são excelentes profissionais. Trabalham com amor em prol de animais que são jogados lá e maltratados.
Fui lá com minha mãe, o marido dela e minha irmã Silvia que acabou indo junto porque eu de inicio achei que não poderia ir porque tinha um compromisso. Ficou eu e minha irmã lá. Mas eu sentia que a coisa tava feia. Ela tava muito mal. Estava num estágio que já estava até babando um pouco.
Quando cheguei lá o veterinário informou que o raio-x estava com problemas e que teria que voltar lá depois pra fazer os exames. Por isso eu achei que teria que voltar com a Suzy lá outro dia pra fazer todos os exames. Tinha algumas aulas pra dar de tarde e já tava quase na hora das aulas. Pedi pra minha irmã ficar lá esperando alguns dos exames. Depois eu voltaria com a Suzy no dia seguinte pra terminar o que faltava.
Sabe que foi isso que mais me incomodou? Como dizem... Deus está nos pequenos detalhes... Eu nem ao menos falei com a minha cachorrinha direito. Achei que ela voltaria pra casa naquele dia. Lembro dela me olhando com cara de: "Hey, onde vc vai?" e as últimas palavras da minha irmã: "Olha ela tá mal. Não adianta ficar mal se ela não voltar." Na hora eu até brinquei e fiz um sinal pra ela falando que ela era pessimista.
Saí de lá e nem me despedi da Suzy. Foi isso que mais me doeu depois. Eu nem ao menos olhei direito pra ela na hora de sair. Tava com pressa por causa das aulas que tinha que dar.
Depois da primeira aula eu liguei pra saber como foram as coisas. Minha mãe disse que ela foi sacrificada. Que estava muito mal, que a lingua já estava roxa. Ela não passaria daquele dia. no máximo mais 1 dia ou 2.
Na hora eu fiquei meio atordoado, mas a ficha não caiu. Desci pra almoçar e fiquei muito triste. Foi um misto de tristeza e remorso por não ter ficado lá. Porque sei que pode parecer bobeira, mas se fosse ao contrário a Suzy nunca teria me largado por nada nesse mundo. Por dinheiro, nem por aula. Nem se tivesse caindo o planeta. Foi isso que me deixou mais triste. Não pude nem chorar naquele momento porque tinha que dar outra aula. Depois das aulas que eu voltei pra casa e chorei pelo mamífero.
Mas eu chorei não por ela ter morrido. Mas por eu não ter ficado ao seu lado pelo menos antes dela perder totalmente a consciência. minha irmã disse que antes mesmo dela ser sedada ela já estava quase inconsciente. Já não estava escutando direito e sentia muitas dores. Queria ter estado do lado dela pra ela pelo menos se sentir segura. Mas como um idiota distraído que sou. Não percebi isso. Achei que a veria de novo pelo menos pra estar ao seu lado quando ela partisse.
Eu ainda me sinto culpado por ter sido tão burro. Não ter percebido uma coisa óbvia dessas. Até o veterinário tinha percebido, minha irmã. Menos eu, como sempre com a cabeça no mundo da lua pensando na droga do dinheiro que precisava.
Sinto um vazio. Como se não tivesse fechado esse elo. Eu poderia ter pelo menos dado um carinho nela antes de sair ou coisa do tipo. Mas nem isso fiz. Quando lembro me dá um aperto no coração. Hoje em dia vejo que aquela frase é verdadeira. Aquela frase de Shakespeare que diz: "Sempre deixe quem vc ama com alguma palavra amiga ou algum gesto. Pode ser a última vez que vc a vê".
De vez em quando me pego olhando pro lugar onde ficava a vasilha de água dela pra saber se está cheia. Às vezes quando cai alguma coisa do chão eu penso em chamá-la pra comer. Essas coisas. Parece besteira. Mas quem tem um animal de estimação e conviveu muitos anos com ele sabe o que eu passei. Foram 14 anos convivendo com ela diariamente.
Até hoje eu ainda lembro do último olhar que ela me deu. Um olhar triste, doloroso. Um olhar que me pedia pra não ir embora. Isso ainda me dói.
O mais triste é saber que não posso mudar isso. Que agora não tem volta. Bem, sei que isso vai passar. São fases. Logo eu estarei tranquilo.
E a Suzy será uma lembrança boa que eu terei. Dos milhares de momentos divertidos que passei com ela. Ela era uma cachorra muito animada. Mesmo já velhinha se mantia alegre e bem humorada. Pulava igual a um carneiro e ainda brincava de correr atrás do rabo.
É estranho como podemos aprender com os animais. A Suzy me mostrou o que é amar de verdade. Sem barreiras, sem preconceitos, sem julgamentos. Ela me amava incondicionalmente e seria capaz de morrer ao meu lado. Que Deus abençoe a Suzy onde ela estiver. Ela foi uma excelente cachorrinha. E me mostrou muitas coisas. Me ensinou muitas lições. Obrigado por existir, mamífero.
Minha mãe até comentou que agora ao invés de ter um outro animal de estimação que eu deveria arrumar uma esposa. Eu disse que não sabia se teria paciência pra dividir um espaço com alguém. Aí ela disse que eu poderia fazer uma coisa.
Que eu poderia que usar um critério caso eu quisesse arrumar uma esposa. Um teste que diria se ela realmente me amaria como um animal ama seu dono. O teste é muito simples.
Se vc colocar um animal seu de estimação no porta mala do carro durante 1 hora. Quando vc abrir ele vai sair fazendo tanta festa por vc ter soltado ele. Vai ficar super feliz e carinhoso contigo.
Agora faz o msm com uma mulher, se ela fizer o mesmo. Aí vc pode casar... rsrsrs...
Boa semana pra vcs...
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