domingo, 17 de julho de 2011

Uma vez os grandes compositores Tom Jobim e Vinicius disseram que Todo poeta só é bem grande se for triste. E quanto à alegria? Concordo com eles de certa forma. Se considerarmos que a tristeza e a melancolia, ambas são grandes fontes de inspiração para a maioria de nós.

Imagina o que seria dos autores sertanejos, pagodeiros, românticos, bregas e a maioria dos compositores se as musicas não falassem sobre tristeza, solidão, e dor de corno? Sobraria o que? Musicas da Xuxa cantando balance a cabeça com o tchutchucão? No máximo as musicas que falam de politica e coisas do gênero.

Claro que modéstia a parte eu acho que alguns ritmos como pagode, sertanejo, forró e Roberto Carlos exageram na dilaceração da carne. Sim meus amigos, Roberto Carlos se tornou um estilo próprio de musica por ser extremamente sofredor e dramático. Olha que eu gosto das musicas antigas dele. Mas sucessos como Me deixa aqui no chão e Eu te darei o céu meu bem são musicas que ultrapassam a cornice e chegam às raias do pedido de decapitação.

Eu como ninguém conheço todas as musicas do Rei. Sim, meus leitores, TODAS, Tirando as primeiras que nem contam por serem bem ruinzinhas.

Mas não sejamos ingratos. O que seria de nós sem todos esses estilos de auto piedade? Todo mundo precisa sofrer. E no fundo todo mundo gosta de sofrer. Até porque se as pessoas não sofressem Luan Santana não compraria um avião. Coitado. O rapaz teria que enfrentar as duras estradas brasileiras todo o tempo para espalhar seu cântico rácico negro. Sim, se notarmos todas as músicas do Luan tem a mesma métrica, ritmo e são muito semelhantes nas melodias. Lembrando o conhecido grupo Raça Negra. O Raça Negra iniciou sua carreira na mídia por volta de 1989. Velho, né? Pois é. E de lá veio fazendo fama com suas musicas todas iguais. Parece que você está ouvindo uma só musica interminável de 60 minutos. E o pior, pelo menos nas operas ou concertos muito grandes existem as pequenas variações. Allegro, allegreto, adagio. Mas Raça Negra não. São 60 minutos da mais genuína musica igual. Isso me fez lembrar meu amigo Mr Rod que uma noite acordou de madrugada aterrorizado, todo suado e o que era? Uma terrível noite de pesadelo? O Freddy Krueger apareceu em sua porta vendendo vassouras? Não… era um vizinho maluco escutando Raça Negra de madrugada. Mr Rod até hoje tenta se recuperar daquele tenebroso momento de sua vida.

Bem, mas voltando ao foco principal da conversa. A relação do triste com o alegre, da euforia com a melancolia. No fundo um depende do outro. Imagina se só existisse alegria? O mundo seria um eterno programa do teletubies, onde todos ficariam pulando, rindo, soltando grunhidos grotescos (tá, exagerei. É minha veia dramática). Chegaria uma hora que nego surtaria, acertaria a cara do Tink Wink. Teletubies de dois sexos. Até hoje não sabemos a sexualidade daquele teletubies que usava saia. Humpf. Nem é preconceito, mas pelo menos decide o que é afinal, oras.

E se o mundo fosse totalmente melancólico? Seriamos todos emos. Todo mundo chorando, cortando os pulsos. Acabariam-se os estoques de giletes no mundo. Foras que aqueles cabelos dariam um trabalho a beça para manter. Que barbeiro conseguiria cortar cabelo se ficasse todo o tempo chorando? Por isso que é necessário um pouco dos dois. Sim, em alguns momentos pura alegria e no outro, pura tristeza. No melhor estilo bipolar… huahauh…

Até lembrei-me de um caso estranho onde um cara se curou de um câncer rindo. O cara entrou no quarto e começou a rir. Um belo dia ele foi ao medico e descobriu que estava curado. E agora, pastor que curou mais de 300 pessoas? Onde está seu Deus agora?

Eu ia escrever um texto triste, poético. Acabei escrevendo um texto humorístico. Putz…
Comecei citando Vinicius pra acabar em Raça Negra.
Na próxima eu consigo.

“É hora de dar tchau! É hora de dar tchau!”

2 comentários:

Katia disse...

Adorei esse texto! Muito divertido! Realmente sofrer nos traz inspiração, contudo a beleza, amar e ter grandes momentos de felicidade também. Eu pelo menos, estando muito feliz, percebo a beleza da vida e da natureza em pequenos momentos. Tudo bem que consigo reconhecer sempre, faço questão de ver e apreciar o dia, o sol, a noite, a lua, o mar. Apesar de nem sempre escrever, me sinto inspirada sempre, voando em meus pensamentos.
Também concordo contigo sobre o Rei, as músicas atuais não são lá essas coisas, porém amo as antigas, foram as músicas da minha infância.
Parabéns pelo ótimo texto!

Sonia disse...

Você devia ser crítico! Muito bom!